segunda-feira, 1 de junho de 2009

Campanha IV

Uma outra possibilidade com que concordo totalmente:
«... o voto em branco - ou deliberadamente nulo - é, do meu ponto de vista, um voto que me merece a maior consideração. É de alguém que se deu ao trabalho de não ir à praia, que participa na democracia mas que não se revê nos partidos e nas pessoas que se apresentam a votos. O voto em branco é um voto de protesto contra essas pessoas e esses partidos, em concreto. Mas não é um voto contra a democracia ou contra os partidos, em geral, como é a abstenção. Infelizmente, o nosso sistema eleitoral não distingue as duas situações. (...) O voto em branco - não a abstenção- é um voto politicamente consciente e deveria estar parlamentarmente representado por ninguém.»

Professor Luís Campos e Cunha, no Público

De facto, penso que a abstenção deveria ser interpretada como uma manifestaçao de desinteresse ou de radical discordância com o sistema.
Pelo contrário, o voto em branco é o de quem, aceitando o sistema, não reconhece qualquer proposta como válida. O voto nulo exprime indignação contra todas as propostas políticas em sufrágio. Deveria ser reconhecido significado político a estes dois sentidos de voto que são, ambos, expressões da democracia, de cidadãos democratas, que se preocupam.
Ainda bem que o Professor Campos e Cunha suscitou a questão. Pode ser que a ideia finalmente comece a fazer o seu caminho.

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