terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Ainda a corrupção

Ontem no programa Prós e Contras (excelente programa conduzido por uma Senhora que, amiúde, gosta de se ouvir a si própria, de interromper os raros raciocínios interessantes e que boa parte das vezes não percebe o que os seus convidados estão a falar) valeu a pena ouvir a pequena intervenção, serena, mas sólida e acutilante do Dr. Paulo Morais.
Aliás, o Bastonário Marinho e Pinto bem podia mencionar o livro dele, e o do Dr. Rui Mateus (do PS), quando lhe pedissem para concretizar casos.

Entretanto, ontra vez:

Pacheco Pereira acerca de declarações do Senhor Procurador Geral da República:
«Será que ouvi bem o PGR dizer, a propósito do “Apito Dourado”, que a mera existência do processo, seja qual for o resultado, é já “positiva” e já “teve resultados”? Isto é completamente absurdo sob todos os pontos de vista e péssimo para o ambiente que já se vive em Portugal. Primeiro, porque podemos passar a ter processos desencadeados com intenção exemplar, funcionando para culpabilizar alguém junto da opinião pública, mesmo sem decisão judicial de culpa, apenas porque o Ministério Público tem uma agenda punitiva contra A ou contra B. Depois, porque é absurdo pensar que, se processos sobre processos chegam a tribunal e ficam pelo caminho, ou porque as pessoas foram injustamente acusadas, ou porque a instrução foi deficiente e negligente; que isso possa contribuir para qualquer outra coisa que não seja o aumento da sensação de impunidade e de ineficácia da justiça. O que parece é que o PGR não tem confiança na solidez da instrução do “Apito Dourado” ou não acredita na justiça…»

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